quarta-feira, 17 de março de 2010

E agora José?????

Hospital Santa Rita suspende atendimento pelo SAS
Os 47 mil servidores estaduais assistidos pelo sistema em Maringá e região deverão ser atendidos pelo SUS enquanto durar o impasse. Ou pagar pelo atendimento
Fonte: Carla Guedes - carla@odiariomaringa.com.br


O Hospital Santa Rita não está mais atendendo servidores estaduais pelo Sistema de Assistência à Saúde (SAS). O atendimento foi suspenso à zero hora desta terça-feira (16). São 47 mil servidores assistidos pelo SAS na macrorregião de Maringá — 27 mil nas regiões de Maringá e 20 mil em Paranavaí e Loanda.

O Santa Rita tinha contrato com o Governo do Estado para atender os servidores durante cinco anos. O contrato, iniciado por licitação vencida em 2005, encerrou em 31 de janeiro deste ano, mas uma solução emergencial permitiu que os servidores continuassem a ser atendidos até segunda-feira (15). Com o término do contrato, o governo abriu duas licitações para contratar estabelecimento hospitalar, mas não houve interessados.

O superintendente do Hospital Santa Rita, Hiran Castilho, afirma que durante os cinco anos de atendimento aos servidores, o hospital teve 5% de reposição de perdas. O hospital atendeu pelo SAS até a última segunda-feira porque “estávamos tentando negociar com o Estado a renovação do contrato e para não trazer maiores danos à saúde dos servidores”.

Segundo o hospital, não houve interesse em participar do processo licitatório em função do valor oferecido pelo governo, que foi de R$ 23,80. Cálculos atuariais do governo indicaram que seria necessário pagar à unidade hospitalar pelo menos R$ 32,86. Esse valor, no entanto, segundo o Hospital Santa Rita, foi calculado sem margem de lucro e despesas administrativas. A direção do hospital considera que R$ 45 seria o valor ideal de repasse por beneficiário atendido. O Santa Rita estava recebia R$ 21. “É impossível trabalhar com esses valores”, considera Castilho.

O superintendente diz que, caso os valores sejam revistos, o hospital tem interesse em participar de nova licitação. “Hoje, a receita que recebemos é insuficiente para cobrir as despesas de prestação do serviço. Esperamos que o governo possa redesenhar o processo licitatório e apresentar valor que desperte o interesse das instituições hospitalares.”

Pacientes
O Hospital Santa Rita tinha nesta terça-feira 21 pacientes internados pelo SAS, um deles na Unidade de Terapia Intensiva. Castilho garantiu que todos serão atendidos.

Servidores e beneficiários que foram nesta terça ao hospital se depararam com avisos nas portas, explicando o motivo da interrupção do atendimento pelo convênio. Muitos foram pegos de surpresa, como a professora Janaína Lins Oliveira (foto), 35 anos, grávida e com parto agendado para as 15 horas desta terça. “Cheguei na maternidade e me disseram que não daria para fazer o parto pelo SAS”, relata. “Fiquei indignada, afinal de contas, eles estão lidando com vidas.” No final da tarde, Janaína e o marido Almir, conseguiram acordo com o hospital – eles pagariam pelo parto e o hospital cobraria preço de tabela.

Nesta terça, a jovem Rhaíssa de Sá, 18, grávida e com parto marcado para o mesmo dia, buscava informações no hospital. A mãe da garota, Julieta de Sá, servidora estadual, reclamava que ninguém havia comunicado a família sobre o fim do atendimento pelo SAS. “Eu fiquei chocada.”

A aposentada Rita Guedes Mendes, 67, diz que levou um susto com o encerramento do contrato. Ela mora em Mandaguaçu e foi até o hospital retirar os pontos de uma cirurgia. “Eu fui atendida, mas não garantiram a minha consulta para o dia 16 de abril”, conta.

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