quinta-feira, 20 de março de 2008

Grupo brasileiro revela localização de tipo de célula-tronco

Grupo brasileiro revela localização de tipo de célula-tronco
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da Folha Online

Ainda não é solução para o embate das células-tronco embrionárias, mas um estudo de pesquisadores brasileiros da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto revelou a localização de um tipo de célula somática que pode dar origem a outras estruturas do corpo.

Segundo o estudo, publicado na edição deste mês da revista especializada "Experimental Hematology", as células-tronco adultas mesenquimais ficam concentradas nas paredes de todos os vasos sanguíneos, onde funcionariam como fontes de células de reparo e manutenção de vários tecidos.

"Evidências indicavam que estas células estavam distribuídas por todo o organismo, mas ainda não sabíamos exatamente onde estavam localizada", afirma Dimas Tadeu Covas, professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto que liderou o estudo.

Covas explica que a recente descoberta é fruto de uma série de outros trabalhos já publicados sobre o assunto. "A primeira publicação data de 2003, quando encontramos a célula na parede do cordão umbilical."

Desde a semana passada, Covas passou a integrar a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

De acordo com o pesquisador, as células-tronco mesenquimais foram definidas inicialmente como originárias de tecidos ósseos, tecidos adiposos e cartilagens. Depois, cientistas também atribuíram a elas a potencialidade de originar tendões e músculos lisos (que formam as paredes dos vasos sanguíneos).

Ao identificar sua localização, o estudo também diferenciou as células-tronco adultas mesenquimais das células-tronco adultas encontradas na medula óssea. "É uma contribuição importante que esclarece uma série de eventos biológicos até então incompreendidos", diz Covas.

A utilização em tratamentos, no entanto, é algo que o cientista diz ser um passo mais adiante. "A primeira conseqüência [da localização] é entender a biologia desta célula, que já era conhecida, mas o 'RG' ainda não estava definido com clareza."

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